15/11/2015

Vestibular da Unesp 2016: prova, gabarito e comentário

Hoje, dia 15 de novembro, foi aplicado a prova da primeira fase da Unesp 2016. A primeira fase é constituída de 90 questões de múltipla escolha, sendo 30 de linguagens (português e estrangeira), 30 de ciências humanas e 30 de ciências da natureza.

O resultado, a lista de aprovados para a 2ª fase e a divulgação do local  de prova estará disponível no dia 2 de dezembro. A 2a fase da Unesp será nos dias 13 e 14 de dezembro, respectivamente, domingo e segunda-feira.  

História

31) A cidade tira de seu império uma parte da honra, da qual todos vós vos gloriais, e que deveis legitimamente apoiar; não vos esquiveis às provas, se não renunciais também a buscar as honras; e não penseis que se trata apenas, nesta questão, de ser escravos em vez de livres: trata-se da perda de um império, e do risco ligado ao ódio que aí contraístes. (Péricles apud Pierre Cabanes. Introdução à história da Antiguidade, 2009.) O discurso de Péricles, no século V a.C., convoca os atenienses para lutar na Guerra do Peloponeso e enfatiza 
(A) a rejeição à escravidão em Atenas e a defesa do trabalho livre como base de toda sociedade democrática. 
(B) a defesa da democracia, por Atenas, diante das ameaças aristocráticas de Roma. 
(C) a rejeição à tirania como forma de governo e a celebração da república ateniense. 
(D) a defesa do território ateniense, frente à investida militar das tropas cartaginesas. 
(E) a defesa do poder de Atenas e a sua disposição de manter-se à frente de uma confederação de cidades



32) Eis dois homens a frente: um, que quer servir; o outro, que aceita, ou deseja, ser chefe. O primeiro une as mãos e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro símbolo de submissão, cujo sentido, por vezes, era ainda acentuado pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se reconhece “o homem” de quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijam-se na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram estes – muito simples e, por isso mesmo, eminentemente adequados para impressionar espíritos tão sensíveis às coisas – os gestos que serviam para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época feudal conheceu. (Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.) Miniatura do Liber feudorum Ceritaniae, século XIII






O texto e a imagem referem-se à cerimônia que 
(A) consagra bispos e cardeais. 
(B) estabelece as relações de vassalagem. 
(C) estabelece as relações de servidão.
 (D) consagra o poder municipal. 
(E) estabelece as relações de realeza.



33) As reformas protestantes do princípio do século XVI, entre outros fatores, reagiam contra 

(A) a venda de indulgências e a autoridade do Papa, líder supremo da Igreja Católica. 
(B) a valorização, pela Igreja Católica, das atividades mercantis, do lucro e da ascensão da burguesia. 
(C) o pensamento humanista e permitiram uma ampla revisão administrativa e doutrinária da Igreja Católica.
(D) as missões evangelizadoras, desenvolvidas pela Igreja Católica na América e na Ásia
(E) o princípio do livre-arbítrio, defendido pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja Católica.



Leia o texto para responder às questões 34 e 35. 

Os diários, as memórias e as crônicas de viagens escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missioná- rios e exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII. A barbárie dos costumes, o paganismo e a violência cotidiana foram atribuídos aos africanos ao mesmo tempo em que se justificava a sua escravização no Novo Mundo. A desumanização de suas práticas serviria como justificativa compensatória para a coisificação dos negros e para o uso de sua força de trabalho nas plantations da América. 

(Regina Claro. Olhar a África, 2012. Adaptado.)
34) A partir do texto, é correto afirmar que a dominação europeia da África, entre os séculos XV e XVIII, 
(A) derivou prioritariamente dos valores do islamismo, aprisionando os corpos dos africanos para, com o sacrifício, salvar suas almas.
 (B) foi um esforço humanitário, que visava libertar povos oprimidos por práticas culturais e hábitos pré-históricos e selvagens. 
(C) baseou-se em avanços científicos e em pressupostos liberais, voltados à eliminação de preconceitos raciais e sociais. 
(D) sustentou-se no comércio e na construção de um imaginário acerca do continente africano, que legitimava a ideia de superioridade europeia.
 (E) fundamentou-se nas orientações dos relatos de viajantes, que mostravam fascínio e respeito pelas culturas nativas africanas.

35) As “plantations da América”, citadas no texto, correspondem a 
(A) um esforço de coordenação da colonização ao redor do Atlântico, com a aplicação de modelos econômicos idênticos nas colônias ibéricas da América e da costa africana. 
(B) uma estratégia de valorização, na colonização da América e na África, das atividades agrícolas baseadas em mão de obra escrava, com a consequente eliminação de toda forma de artesanato e de comércio local. 
(C) um modelo de organização da produção agrícola caracterizado pelo predomínio de grandes propriedades monocultoras, que utilizavam trabalho escravo e destinavam a maior parte de sua produção ao mercado externo.
 (D) uma forma de organização da produção agrícola, implantada nas colônias africanas a partir do sucesso da experiência de povoamento das colônias inglesas na América do Norte. 
(E) uma política de utilização sistemática de mão de obra de origem africana na pecuária, substituindo o trabalho dos indígenas, que não se adaptavam ao sedentarismo e à escravidão.

36) A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de alfinetes, analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas porque garantia ao empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador que, combinando os esforços separados dos seus operá- rios, obtém um produto mercante. (Stephen Marglin. In: André Gorz (org.). Crítica da divisão do trabalho, 1980.) 
Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca 



(A) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.

 (B) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores. 
(C) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade produtiva.
 (D) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na organização do trabalho.
 (E) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo produtivo.

37) O fato de ser a única monarquia na América levou os governantes do Império a apontarem o Brasil como um solitário no continente, cercado de potenciais inimigos. Temia-se o surgimento de uma grande república liderada por Buenos Aires, que poderia vir a ser um centro de atração sobre o problemático Rio Grande do Sul e o isolado Mato Grosso. Para o Império, a melhor garantia de que a Argentina não se tornaria uma ameaça concreta estava no fato de Paraguai e Uruguai serem países independentes, com governos livres da influência argentina. (Francisco Doratioto. A Guerra do Paraguai, 1991.) 

Segundo o texto, uma das preocupações da política externa brasileira para a região do Rio da Prata, durante o Segundo Reinado, era 

(A) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice Aliança. 
(B) limitar a influência argentina e preservar a divisão política na área. 
(C) facilitar a penetração e a influência política britânicas na área. 
(D) impedir a autonomia política e o desenvolvimento econômico do Paraguai. 
(E) integrar a economia brasileira às economias paraguaia e uruguaia.



38) Entre os mecanismos que sustentavam o regime político da Primeira República brasileira, pode-se citar: 

(A) a Constituição, que restringia aos chamados homens bons o acesso aos principais postos dos poderes executivo e legislativo. 
(B) a política de compromissos, que vinculava os sindicatos de trabalhadores urbanos ao Ministério do Trabalho. 
(C) a política do café com leite, que proibia as candidaturas eleitorais de representantes dos estados do Sul e Nordeste. 
(D) a política dos governadores, que articulava a ação do governo federal aos interesses das oligarquias locais. 
(E) a reforma política, que eliminou o voto censitário e instituiu o sufrágio universal nas eleições parlamentares.


Leia o texto para responder às questões 39 e 40. 

Enquanto os franceses e os britânicos tinham emergido da Primeira Guerra Mundial com um profundo trauma dos horrores da guerra e a convicção de que um novo conflito deveria, se possível, ser evitado, na Alemanha só ocorreria algo parecido depois da Segunda Guerra Mundial. Os acontecimentos de 1945 levaram a uma profunda mudança na cultura popular e política da parte ocidental da Alemanha. Aos olhos desses alemães, a extrema violência de 1945 fez da Segunda Guerra Mundial “a guerra para acabar com todas as guerras”. (Richard Bessel. Alemanha, 1945, 2010. Adaptado.) 

39) Entre os fatos que poderiam confirmar a interpretação, oferecida pelo texto, sobre a atitude de franceses e britânicos depois da Primeira Guerra Mundial, pode-se incluir 
(A) a participação em um organismo internacional para a mediação de conflitos e o pacifismo que marcou a reação da França e da Grã-Bretanha à ascensão do nazismo. 
(B) o fim da corrida armamentista entre as potências do Ocidente e do Leste europeu e a eliminação dos arsenais alojados na Europa, na Ásia e no Norte da África. 
(C) a repressão imediata e violenta, por França e Grã- -Bretanha, a todos os projetos belicosos e autoritários que surgiram na Europa ao longo dos anos 1920 e 1930. 
(D) o acordo para a constituição de uma polícia internacional, que vigiasse as movimentações militares das grandes potências e fosse coordenada por um país não europeu, os Estados Unidos. 
(E) a liberação, pela França e pela Grã-Bretanha, no decorrer das décadas de 1920 e 1930, de todas as suas colônias, para evitar o surgimento de guerras de emancipação nacional.

40) A mudança de mentalidade na Alemanha ocidental, ocorrida, segundo o texto, ao final da Segunda Guerra Mundial, envolveu, entre outros fatores, 
(A) a decisão alemã de não voltar a se envolver em conflitos internacionais políticos ou diplomáticos. (B) a neutralidade do país diante da Guerra Fria, que caracterizou a segunda metade do século XX. (C) a desmobilização de todos os contingentes militares dentro e fora do país. 
(D) a celebração das conquistas territoriais ocorridas no século XIX e princípio do XX. 
(E) a rejeição do militarismo, que marcara o país desde a segunda metade do século XIX.

41) Em março de 1988, o modelo sindical levado por Lindolfo Collor para o Ministério do Trabalho completou 57 anos de idade. Em todos estes anos foi olhado com suspeita pelos empresários e com bastante desconfiança pelos grupos socialistas, comunistas e pela esquerda em geral. Atribuía-se sua criação, na década de 30, à influência das doutrinas autoritárias e fascistas então na moda. 

(Letícia Bicalho Canêdo. A classe operária vai ao sindicato, 1988.) 
Entre as características do modelo citado no texto, sobressaíam 
(A) o direito de greve e a valorização da luta de classes. 
(B) a unicidade sindical por categoria e o corporativismo.
 (C) a liberdade de organização sindical e a conscientização política dos trabalhadores.
 (D) o predomínio de lideranças de esquerda e a autonomia de atuação dos sindicatos.
 (E) o controle governamental e a sindicalização obrigatória dos trabalhadores.

Geografia


42) Há grande diversidade entre aqueles que procuram inspiração em sua fé no Islã. A monarquia vaabita da Ará- bia Saudita e os líderes religiosos xiitas do Irã têm profundas discordâncias políticas e divergem igualmente em questões socioeconômicas. Em termos mais amplos, ocorre nos movimentos islamitas um debate sobre se a meta correta é mesmo chegar ao poder estatal, assim como sobre a democracia, a diversidade social, o papel das mulheres e da educação e sobre a maneira de interpretar o Corão. E, embora a maioria dos islamitas aceite a realidade da existência dos atuais Estados e suas fronteiras, uma minoria mais radical procura destruir todo o sistema e estabelecer um califado que abarque a região inteira [do Oriente Médio]. (Dan Smith. O atlas do Oriente Médio, 2008.)



O argumento principal do texto pode ser ilustrado por meio da comparação entre 

(A) o respeito a todas as orientações sexuais nos países que vivem sob regime islâmico e a perseguição a homossexuais no Paquistão e na Índia. 
(B) o apoio unânime dos grupos islâmicos ao atentado ao World Trade Center, em Nova Iorque, e a invasão militar norte-americana no Iraque. 
(C) a situação e os direitos das mulheres nos países do Ocidente e nas áreas em que prevalecem regimes políticos islâmicos. 
(D) a invasão norte-americana no Afeganistão e o apoio soviético ao regime liderado pelo Talibã naquele país. 
(E) os islâmicos que protestaram contra o atentado à redação do jornal Charlie Hebdo, em Paris, e a ação militar do Estado Islâmico.

43) 

A imagem ilustra o trajeto mais comum dos pilotos de asa- -delta entre o Vale do Paranã e a Esplanada dos Ministérios em Brasília, distantes cerca de 90 quilômetros. Constituem fatores que permitem a longa duração deste voo: 
(A) o ângulo de incidência do sol (a intensidade de energia solar que atinge a Terra) e a frente oclusa (a ação do movimento da corrente de ar frio levantando o ar quente até que ele perca seu contato com a superfície). (B) a gravidade (a força de atração entre dois corpos) e a expansão adiabática (a expansão de grandes bolhas de ar até encontrarem menores valores de pressão atmosférica). 
(C) a brisa terrestre (a formação de um campo de alta pressão junto à superfície) e os ventos divergentes em altitude (a conformação de uma área receptora de ventos ascendentes).
 (D) o atrito (a força gerada no sentido contrário ao deslocamento do vento) e o efeito de Coriolis (a rotação das massas de ar no sentido horizontal em função do movimento da própria Terra). 
(E) o processo de condução (a transferência de calor da superfície para a camada mais próxima da atmosfera) e o processo de convecção (a dinâmica cíclica entre o ar quente que sobe e o ar frio que desce).


44) O Sistema Nacional de Unidades de Conservação estimulou a criação de áreas de proteção ambiental integral com o controle unilateral do Estado sobre o seu território e os seus recursos. A implantação do referido sistema foi criticada 
(A) pelas populações urbanas, por interromper o crescimento natural da mancha urbana em regiões perifé- ricas. 
(B) pelos governos locais, por minar a autonomia municipal no parcelamento do solo para a utilização em políticas de habitação. 
(C) pelas populações tradicionais, que defendiam uma maior participação no processo de demarcação das unidades de conservação. 
(D) por organizações ambientalistas internacionais, que se opunham às grandes dimensões das áreas adotadas pelo Estado. 
(E) pelo capital especulativo, por desvalorizar as áreas do entorno que seriam vendidas no 
mercado imobiliário



45) Pertinente às ações de controle dos impactos da atividade humana e à preservação do meio ambiente, a compensação ambiental caracteriza-se como 

(A) um fundo privado utilizado para suprir as obrigações financeiras legais, respondendo aos registros, cadastros, serviços, infrações e multas em órgãos ambientais. 

(B) um inventário que antecede a realização das construções, focado em identificar, quantificar e minimizar as consequências negativas ao meio ambiente.
(C) uma metodologia para identificar, averiguar e avaliar problemas ambientais, produzindo documentos sobre a operação e a manutenção de um agente poluidor.
(D) um instrumento financeiro associado ao processo de licenciamento ambiental de construções, empregado para amenizar os impactos irreversíveis sofridos pelo meio ambiente. 
(E) uma garantia econômica perante a ocorrência de imprevistos, utilizada para custear o reparo de danos materiais, pessoais ou ambientais ocorridos em um empreendimento.


46) Os espaços à margem da economia mundial são igualmente pouco integrados regionalmente, e a desintegração nacional limita a integração. O comércio intrarregional africano se situa em torno de 10% do que é movimentado e é polarizado em alguns países. Fora a África do Sul, cinco países representam três quartos das exportações intra-africanas. (Philippe Hugon. Geopolítica da África, 2009.) 
A inexpressividade do comércio intrarregional africano deve-se, em parte, 
(A) ao acesso exclusivo a matérias-primas importadas e ao baixo mercado consumidor. 
(B) à pouca diversificação das estruturas produtivas e às divergências socioculturais. 
(C) à manutenção das colônias europeias e à obrigatoriedade da exportação. 
(D) às fronteiras flexíveis e à generalização de economias não monetarizadas. 
(E) aos altos custos no transporte de mercadorias e à ausência de centros urbanos.

47) A charge ironiza uma das variáveis que compõem o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano proposto pela Organização das Nações Unidas, a saber, 

(A) a renda, pela referência ao dia em que as personagens almoçaram. 
(B) a expectativa de vida, pela alusão ao condicionamento físico da personagem que move o carrinho. 
(C) a renda, pela referência aos objetos de alto valor agregado que as personagens carregam. 
(D) a escolaridade, pela alusão à língua portuguesa empregada em sua forma padrão pelas personagens. 
(E) a mobilidade, pela referência ao meio de transporte utilizado pelas personagens.


Leia o excerto para responder às questões de números 48 e 49. 



O comércio internacional tem sido marcado por uma proliferação sem precedentes de acordos preferenciais de comércio regionais, sub-regionais, inter-regionais e, em especial, bilaterais (denominados Acordos Preferenciais de Comércio – APC). Atualmente, são poucos os países que ainda não fazem parte desses acordos. Com o impasse nas negociações da Rodada Doha da OMC, a alternativa das principais economias do mundo, como Estados Unidos, União Europeia e China, foi buscar a celebração de APC como forma de consolidar e ter acesso a novos mercados. O receio de boa parte dos países desenvolvidos, de economias em transição e em desenvolvimento de perderem espaço em suas exportações levou-os a aderir maciçamente aos APC. 
(Umberto Celli Junior e Belisa E. Eleoterio. “O Brasil, o Mercosul e os acordos preferenciais de comércio”. In: Enrique Iglesias et al. (orgs.). Os desafios da América Latina no século XXI, 2015.) 

48) É correto afirmar que a Rodada Doha, iniciada pela Organização Mundial do Comércio em 2001, constitui 
(A) um encontro multipolar que procura orientar o modo de produção e as questões relativas à organização, distribuição e consumo nos países centrais e periféricos. 
(B) uma reunião eletiva que busca regularizar os fluxos comerciais entre blocos econômicos e o seu período de duração. 
(C) um conjunto normativo que procura regularizar a exportação de produtos desenvolvidos pelas economias periféricas sem o pagamento de royalties. 
(D) uma cartilha de diretrizes que busca padronizar os custos de produção e os preços finais de produtos agrícolas básicos. 
(E) um fórum internacional que objetiva solucionar impasses em questões tarifárias, sobre patentes e ações protecionistas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

49) Considerando o contexto dinâmico apresentado pelo excerto, compreende-se a proliferação dos acordos preferenciais de comércio como resultado 
(A) dos pactos internacionais de mútuo desenvolvimento econômico, o que leva a investimentos na qualificação da mão de obra em países periféricos. 
(B) do endividamento interno dos países subdesenvolvidos, o que provoca forte pressão internacional pela comercialização de seus produtos primários. 
(C) da crise de superprodução dos antigos centros industriais, o que demanda rápidos acordos para evitar fechamentos de empresas e demissões em massa. 
(D) do enfraquecimento dos antigos blocos econômicos, o que provoca divergências políticas e econômicas em setores produtivos estratégicos de cada país. 
(E) da globalização da economia, o que alimenta uma crescente integração e uma relativa uniformização das condições de existência das sociedades.

50) O BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – vem negociando cuidadosamente o estabelecimento de mecanismos independentes de financiamento e estabilização, como o Arranjo Contingente de Reservas (Contingent Reserve Arrangement – CRA) e o Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank – NDB). O primeiro será um fundo de estabilização entre os cinco países; o segundo, um banco para financiamento de projetos de investimento no BRICS e outros países em desenvolvimento. (www.cartamaior.com.br. Adaptado.) 
O Arranjo Contingente de Reservas e o Novo Banco de Desenvolvimento procuram suprir a escassez de recursos nas economias emergentes. Tais iniciativas constituem uma alternativa 
(A) às instituições de crédito privadas, encerrando a sujeição econômica dos países emergentes e evitando a assinatura de termos regulatórios coercitivos sobre as práticas de produção. 
(B) aos bancos centrais dos países do BRICS, reduzindo os problemas econômicos de curto prazo e maximizando o poder de negociação do grupo. 
(C) às instituições criadas na Conferência de Bretton Woods, definindo novos mecanismos de autodefesa e estimulando o crescimento econômico. 
(D) ao norte-americano Plano Marshall, elegendo com autonomia o destino da ajuda econômica e os investimentos públicos em áreas estratégicas. 
(E) à hegemonia do Banco Mundial, deslocando o centro do sistema capitalista e os fluxos de informação para os países em desenvolvimento.

51) Juntos, tais vetores levaram a linha de fronteira do Tratado de Tordesilhas a deslocar-se para além dos limites formais, empurrando-os crescentemente para os confins da hinterlândia, obrigando a se estabelecer um novo acerto de fronteira com o Tratado de Madri, que em 1750 consagrou como marco de domínio das colônias de Portugal e da Espanha o traçado de fronteira que praticamente risca como definitivo o desenho do território brasileiro de hoje. (Ruy Moreira. A formação espacial brasileira, 2014. Adaptado.) 

Considerando o processo de ocupação do espaço brasileiro, os vetores que propiciaram uma nova fronteira e o estabelecimento de pequenos aglomerados no interior do território foram 

(A) a borracha e as rotas de procura por matéria-prima. 
(B) a plantation e a construção de entrepostos para o transporte. 
(C) a mineração e o comércio informal de ouro. 
(D) as expedições bandeirantes e as trilhas do gado. 
(E) as missões jesuíticas e a instalação de núcleos comerciais.

52) A configuração da questão agrária brasileira 



Considerando a questão agrária no Brasil, é correto afirmar que a lacuna presente na legenda corresponde a áreas de 
(A) resgate e valorização de antigas práticas de cultivo. 
(B) concentração da violência contra trabalhadores rurais e camponeses. 
(C) cultivo experimental orgânico e sustentável. 
(D) reflorestamento e recuperação da biodiversidade. 
(E) implantação de núcleos urbanos planejados.

53) Base da formação, há 35 anos, do Polo Industrial de Camaçari, considerado o maior do gênero no Hemisfério Sul, na região metropolitana de Salvador (BA), a indústria química e petroquímica pode estar em via de extinção no local, onde seguidos fechamentos de fábricas do setor no polo ilustram a situação. Apenas na última década, a Braskem – maior indústria do setor no local – fechou três de suas oito unidades. Além dela, deixaram o polo ou reduziram bastante a atividade, nos últimos cinco anos, grandes empresas internacionais, como Dow, DuPont, Air Products e Taminco, entre outras. (www.estadao.com.br. Adaptado.) 


Constituem motivos para a saída das indústrias do ramo químico e petroquímico do Polo Industrial de Camaçari:


(A) o fim dos incentivos fiscais, os elevados gastos com segurança e o aumento dos impostos. 
(B) as frágeis redes de transporte, a dificuldade de comunicação e a falta de matérias-primas. 
(C) a queda na demanda do consumo local, a baixa qualificação da mão de obra e o sucateamento dos maquinários.
(D) o término das concessões, a falta de manutenção das infraestruturas e o desmembramento dos terrenos. 
(E) as plantas industriais rígidas, a logística precária e os elevados custos de produção.

54) 


A síntese dos dados apresentados pelo gráfico permite afirmar que: 

(A) o índice de esgoto a céu aberto na região Sudeste, em contraste com os resultados superiores a 70% de atendimento em identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, indica grandes disparidades socioeconômicas entre seus habitantes. 
(B) os menores índices nacionais em calçada e rampas na região Sul, contrastantes com os maiores parâmetros em iluminação, pavimentação, arborização e esgoto a céu aberto, expressam as piores condições de vida para pedestres e deficientes físicos. 
(C) mesmo apresentando os menores índices nacionais para a identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, a região Norte não enfrenta deficiências em saneamento básico e na circulação de pedestres.
 (D) ainda que tenha apresentado os maiores índices nacionais em identificação do logradouro, iluminação, pavimentação, arborização, bueiros e depósitos de lixo, a região Nordeste enfrenta problemas com infraestruturas básicas em tratamento de esgoto e vias adaptadas a deficientes físicos. 
(E) os resultados encontrados na região Centro-Oeste para os índices de esgoto a céu aberto, meio-fio, calçada e rampas são acompanhados pelos menores percentuais nacionais na identificação do logradouro, iluminação e pavimentação, fundamentais para garantir melhores condições de vida.

Outras questões

55) A escola que se autointitula a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocupa, ao mesmo tempo, a 1ª e a 569ª posição no ranking que a imprensa faz com os resultados do Enem. A escola separou numa sala diferente os alunos que acertavam mais questões em suas provas internas. Trouxe, inclusive, alguns alunos de suas franquias pela Grande São Paulo. E “criou” uma outra escola (abriu outro CNPJ), mesmo estando no mesmo espaço físico. E de lá pra cá esta ‘outra escola’ todo ano é a primeira colocada no Enem. A 569ª posição é a que melhor reflete as condições da escola. O 1º lugar é uma farsa. A primeira colocada no Enem NÃO é uma escola, é uma artimanha jurídica que faz com que os alunos tenham suas notas computadas em duas listas diferentes. Todos estudam no mesmo prédio, com os mesmos professores, com o mesmo material, no mesmo horário, convivendo no mesmo pátio e no mesmo horário de intervalo. No Brasil todo temos centenas de escolas que trabalham com a regra na mão para tentar parecer que são a melhor e depois divulgar, em suas propagandas, que são a melhor escola do país, do estado, da região, da cidade e, em cidades grandes, como várias capitais, até mesmo que é a melhor escola de um determinado bairro. (Mateus Prado. “Escola campeã do Enem ocupa, ao mesmo tempo, o 1º e o 569º lugar do ranking”. O Estado de S.Paulo, 26.12.2014. Adaptado.) 

O fato relatado pode ser explicado em função da 

(A) hegemonia dos critérios instrumentais da empresa capitalista em alguns setores da educação. 
(B) falência da meritocracia como critério de acesso ao ensino superior na sociedade atual. 
(C) priorização de aspectos humanísticos, em detrimento da preparação para o mercado de trabalho. 
(D) resistência dos educadores à transformação da escola em instrumento de reprodução ideológica. 
(E) separação rigorosa entre os âmbitos da educação e da publicidade na sociedade capitalista

56) Texto 1 
Cientistas americanos observaram, em um estudo recente, o motivo que pode tornar adolescentes impulsivos e infratores. Exames de neuroimagem em jovens mostraram que o córtex pré-frontal, região do cérebro ligada à tomada de decisão, ou seja, que nos faz pensar antes de agir, ainda está em formação nos adolescentes. Essa área do cérebro tende a ficar “madura” somente aos 20 anos. Por outro lado, a região cerebral associada às emoções e à impulsividade, conhecida como sistema límbico, tem um pico de desenvolvimento durante essa fase da vida, o que aumenta a propensão dos jovens a agirem mais com a emoção do que com a razão. O aumento da emotividade e da impulsividade seriam gatilhos naturais para atitudes extremadas, inclusive para cometer crimes. (Camila Neumam. “Estudo explica por que adolescentes são impulsivos e podem cometer crimes”. www.uol.com.br, 26.05.2015. Adaptado.) 
Texto 2 
A situação de vulnerabilidade aliada às turbulentas condições socioeconômicas de muitos países latino-americanos ocasiona uma grande tensão entre os jovens, o que agrava diretamente os processos de integração social e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência e da criminalidade. (Miriam Abramovay. Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina, 2002. Adaptado.) 

Os textos expõem abordagens sobre o comportamento agressivo na adolescência referidos, respectivamente, a:

(A) psicanálise e psicologia comportamental. 
(B) aspectos religiosos e aspectos materiais. 
(C) fatores emocionais e fatores morais. 
(D) ciência política e sociologia. 
(E) condicionamento biológico e condicionamento social


Filosofia 

Em Filosofia temos duas questões. O que chama atenção é para a questão 59 que questiona sobre a corrupção do indivíduo e quando envolve empresa. 

58) O mundo seria ordenado demais, harmonioso demais, para que se possa explicá-lo sem supor, na sua origem, uma inteligência benevolente e organizadora. Como o acaso poderia fabricar um mundo tão bonito? Se encontrassem um relógio num planeta qualquer, ninguém poderia acreditar que ele se explicasse unicamente pelas leis da natureza, qualquer um veria nele o resultado de uma ação deliberada e inteligente. Ora, qualquer ser vivo é infinitamente mais complexo do que o relógio mais sofisticado. Não há relógio sem relojoeiro, diziam Voltaire e Rousseau. Mas que relógio ruim o que contém terremotos, furacões, secas, animais carnívoros, um sem-número de doenças – e o homem! A história natural não é nem um pouco edificante. A história humana também não. Que Deus após Darwin? Que Deus após Auschwitz? (André Comte-Sponville. Apresentação da filosofia, 2002. Adaptado.) Sobre os argumentos discorridos pelo autor, é correto afirmar que a existência de Deus é:
(A) defendida mediante um argumento de natureza estética, em oposição ao caráter ideológico e alienante das crenças religiosas. 
(B) tratada como um problema sobretudo metafísico e teológico, diante do qual são irrelevantes as questões empíricas e históricas. 
(C) abordada sob um ponto de vista bíblico-criacionista, em oposição a uma perspectiva romântica peculiar ao iluminismo filosófico. 
(D) problematizada mediante um argumento de natureza mecanicista-causal, em oposição ao problema ético da existência do mal. 
(E) tratada como uma questão concernente ao livre-arbítrio da consciência, em detrimento de possíveis especulações filosóficas.


59) Sob o ponto de vista individual, a corrupção pode ser vista como uma escolha racional, baseada em uma ponderação dos custos e dos benefícios dos comportamentos honesto e corrupto. No tocante às empresas, punir apenas as pessoas, ignorando as entidades, implica adotar, nesse âmbito, a teoria da maçã podre, como se a corrupção fosse um vício dos indivíduos que as praticaram no seio empresarial. O que constatamos é bem diferente disso. A corrupção era, para as empresas envolvidas na operação Lava Jato, um modelo de negócio que majorava o lucro em benefício de todos. (Entrevista com Deltan Martinazzo Dallagnol [procurador público]. O Estado de S.Paulo, 18.03.2015. Adaptado.) 

A corrupção é abordada no texto como um problema que pode ser explicado sob um ponto de vista 

(A) ético, devido ao comportamento irracionalista que é assumido pelos indivíduos. 
(B) moral, pois o fenômeno é abordado como resultado de comportamentos desregrados. 
(C) pragmático, pois é considerada sobretudo a avaliação dos efeitos práticos das ações. 
(D) jurídico, pois é necessária uma legislação mais rigorosa para coibir o fenômeno. 
(E) materialista, pois suas causas relacionam-se com a estrutura do sistema capitalista.


60) Defendo a liberdade de expressão irrestrita, mesmo depois desse trágico evento em que os cartunistas do jornal satírico “Charlie Hebdo” foram mortos, além de outras pessoas em um mercado kosher, em Paris. [...] Sou intransigente no que diz respeito à liberdade de expressão de cada um: e sou ainda mais intransigente quando matam em nome de Alá, de Maomé, de Cristo, de comunismo, de nazismo, de fascismo etc. Caricaturar nunca é crime. Caneta e lápis não matam. Exageram, humilham, fazem rir, mas não matam. 
(Gerald Thomas. “Quem ri por último ri melhor”. Folha de S.Paulo, 17.01.2015.) 

O argumento defendido no texto está baseado na 
(A) valorização do caráter absoluto de todo tipo de simbologia teológica e religiosa. 
(B) primazia de princípios originalmente burgueses e liberais no campo da cultura. 
(C) utopia comunista da igualdade econômica e da liberdade de expressão. 
(D) depreciação do livre-arbítrio, em favor de uma concepção totalitária de mundo.
 (E) defesa intransigente de restrições para o exercício da autonomia de pensamento.



Respostas:


31) E. 
Quando teve início a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), Atenas ainda era governada por Péricles, cuja administração se estendeu de 444 a 429 a.C. Ao conclamar seus concidadãos a lutar contra a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta, o político ateniense enfatiza a importância de preservar o domínio (“império”) sobre a Confederação de Delos, não apenas pela glória e poder advindos dessa hegemonia, mas também por causa das consequências que os ressentimentos acumulados pelas pólis submetidas poderiam acarretar.

32) B
A questão aborda a cerimônia de enfeudação, na qual o rei ou um nobre de categoria superior concedia a outro nobre a posse de um feudo, em troca de um juramento de fidelidade. Esse ritual estabelecia entre o doador (suserano) e o recebedor (vassalo) laços pessoais de lealdade e apoio recíproco, o que fazia das relações feudo-vassálicas o mais importante vínculo político existente no sistema feudal.

33) A 
A venda de indulgências na Alemanha foi o fator desencadeador da Reforma Luterana, mas não da Reforma Calvinista nem da Reforma Anglicana. De qualquer forma, a resposta acaba sendo justificada pela negação da autoridade papal – este, sim, um traço comum a todos os movimentos reformadores do período.

34) D 
No período citado (séculos XV-XVIII), a África foi inserida no circuito econômico europeu por meio do comércio de mercadorias variadas (ouro, marfim, pimenta etc.), entre as quais os escravos proporcionavam a lucratividade mais elevada. Para justificar a espoliação do continente africano, assim como a escravização de seus habitantes, os europeus – conforme o texto explicita – construíram um imaginário de barbárie e inferioridade dos africanos, quando comparados à sociedade branca e cristã da Europa.

35) C
A alternativa apresenta os elementos constitutivos da economia de plantation praticada nas colônias agrícolas de exploração existentes na América durante a Idade Moderna: atividade monocultora, feita em latifúndios que utilizavam mão de obra escrava, com vistas à exportação de produtos comercializáveis na Europa.

36) E
Interpretação bastante peculiar dos fatores que levaram à Revolução Industrial e à produção maquinofatureira. Para o autor, o processo industrialista objetivava primordialmente estabelecer um maior controle do empresário sobre os trabalhadores, relegando a segundo plano aspectos como a otimização da produção e a maior lucratividade obtida com a nova tecnologia.

37) B
O texto ressalta a espinha dorsal da política externa do Segundo Reinado em relação ao Prata. Para preservar seu controle sobre o “problemático” Rio Grande do Sul (recém-pacificado após a tentativa separatista da Farroupilha) e o “isolado” Mato Grosso (acessível somente através da Bacia do Paraná- Paraguai), o Brasil procurou neutralizar a influência argentina na região. Para tanto, opôs-se aos esforços do governo de Buenos Aires no sentido de restabelecer a unidade do antigo Vice-Reino do Prata, mediante a possível anexação do Uruguai e do Paraguai à Argentina.

38) D
Alternativa escolhida por eliminação. A “Política dos Governadores”, articulada pelo presidente Campos Sales (1898-1902), realmente foi um dos mais importantes “mecanismos que sustentavam o regime político da Primeira República Brasileira”. Entretanto, a formulação da resposta permite supor que a atuação do governo federal se subordinava aos interesses das oligarquias locais. Na verdade, a política citada estabelecia uma troca de apoios entre os níveis federal e estaduais (preferentemente a “locais”) : o primeiro não intervinha na área de influência das segundas, as quais, em contrapartida, apoiavam o governo federal por meio do Congresso Nacional.

39) A
O texto aponta para dois importantes fatores responsáveis pela eclosão da Segunda Guerra Mundial: a ineficácia da Liga das Nações na preservação da paz mundial, causada pela ausência dos Estados Unidos, pela saída de Alemanha e da Itália e pela falta de uma força militar coercitiva; e a “política de apaziguamento” adotada pela Grã- Bretanha e pela França, na expectativa de que concessões aos governos totalitários pudessem evitar um novo conflito mundial.

40) E
A ocupação do território alemão-ocidental pelas três potências democráticas (Estados Unidos, Reino Unido e França) vencedoras da Segunda Guerra Mundial, a revelação dos horrores praticados pelos nazistas e a intensa campanha de desnazificação empreendida pelos ocupantes e pelas próprias autoridades locais contribuíram para criar, entre os alemães, uma mentalidades predominantemente pacifista – apesar do surgimento de grupos neonazistas.

41) B
Lindolfo Collor, ministro do Trabalho durante o Governo Provisório de Getúlio Vargas instaurado após a vitória da Revolução de 1930, foi o inspirador da política sindical implantada pelo regime varguista. Os sindicatos foram legalizados, sendo no entanto vedada a existência de entidades concorrentes na mesma área. Essas organizações de trabalhadores, porém, seriam sujeitas ao recém-criado Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, o que as subordinava à orientação do regime. Essa estrutura intervencionista e autoritária, imposta sob a alegação de preservar a paz social e evitar os conflitos de classe, inspirava-se no modelo fascista italiano, conhecido como “corporativismo”.

42) E
No texto, o autor demonstrou o posicionamento divergente entre comunidades inseridas naquilo que se denomina genericamente mundo islâmico, onde, ao mesmo tempo em que grupos consoantes com as realidades das sociedades modernas adotam posturas mais progressistas, outros, extremistas, envidam esforços em prol da radicalização dos costumes e do tratamento mais conservador e sectário dos dogmas corânicos.

43) E
No momento em que o vento sobe pela encosta, pelo fato de ser quente atinge o topo do planalto (processo de condução), impulsiona a asa-delta, a qual, então, alça voo. A seguir, tal como ocorre com vários pássaros, a asa-delta recebe, ao longo do percurso, lufadas de ar ascendente (o processo de convecção) que lhe permitem manter-se em voo até atingir o destino (no caso, a Esplanada dos Ministérios).

44) C
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação, criado pela Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000, tem por objetivo assegurar a conservação da diversi - dade biológica, promover o desenvolvimento sustentá - vel e a proteção das comunidades tradicionais. Para tanto, define como um de seus instrumentos a chamada Unidade de Proteção Integral, área delimitada pelo Estado com o objetivo principal de preservar a natureza. A instituição e a delimitação destas áreas correspondem a um processo vertical em que o Estado, a partir de seus órgãos de planejamento, determina quais áreas devem ser preservadas. Ocorre que, na maioria das vezes, tais áreas abrigam populações tradicionais, como indígenas e ribeirinhos, os quais raramente participam das discussões relativas ao processo de demarcação das unidades de conservação.

45) D
A compensação ambiental é um instrumento financeiro por meio do qual o poder público condiciona a autorização de uma ação potencialmente nociva ao meio ambiente à adoção de práticas mitigadoras desses impactos.

46) B
O continente africano, de um modo geral, tem posição periférica no sistema capitalista. O restrito volume das trocas intracontinentais decorre da relativa similaridade da produção de suas economias, em geral, monoexportadoras, fundamentadas nas exportações de commodities para os países do Norte, heranças do passado neocolonial. Soma-se a essa precariedade econômica a instabilidade política que se manifesta dentro de fronteiras estatais artificiais herdadas do desenho imposto pelo Congresso de Berlin de 1884, e dos conflitos de motivação diversa entre países.

47) A
O Índice de Desenvolvimento Humano leva em consideração três elementos: a educação (geralmente se utiliza o tempo de escolaridade, quantidade média de anos que os alunos frequentam a escola), a saúde (para a qual utiliza-se a expectativa de vida) e a renda (para a qual utiliza-se a renda per capita corrigida pelo poder de compra, levando-se em conta o custo de vida). No caso da charge, critica-se a baixa renda dos habitantes que, vivendo nas ruas, não têm recursos para obter uma alimentação decente e regular. 

48) E
A OMC, Organização Mundial do Comércio, é um órgão da ONU, com sede em Genebra na Suíça que arbitra conflitos comerciais entre membros. A OMC promove reuniões eventuais em países membros, chamadas “rodadas” de negociação. A rodada Doha foi iniciada com uma reunião ocorrida em Doha, capital do Catar, em 2001 propunha a liberação do comércio de mercadorias, na qual os países desenvolvidos liberariam seu comércio aos produtos agrícolas dos países em desenvolvimento e os países em desenvolvimento liberariam seus merca dos aos produtos industriais dos países desenvolvidos. Após anos de negociações, as intransigência de diversos países negociantes levou a Rodada Doha a um impasse. Alguns autores, inclusive, a consideram fracassada

49) E
A partir da década de 1990 intensificou-se o processo de globalização, que representou uma formidável queda de barreiras tarifárias, aumentando o grau de integração comercial entre os países. A tentativa de reação de alguns países em reestabelecer o controle sobre o fluxo comercial com a criação do blocos econômicos foi o que levou a procura dos acordos preferenciais de comércio, como solução para um maior dinamismo econômico. O maior intercâmbio comercial acaba levando às diversas sociedades do mundo à buscas de padrões de consumo semelhantes numa aproximação das condições de existência. 
50) C

A criação do CRA – Contingent Reserve Arrangement e do NDB – New Development Bank pelo BRICS visa ampliar a participação do bloco na economia mundial por meio de investimentos em países em desenvolvimento, suplantando a influência do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional – organismos criados por ocasião da Conferência de Bretton Woods (1944) que objetivou estabelecer um arranjo para a economia mundial pós-Segunda Guerra Mundial, mas que concretamente não atendem à demanda atual dos países emergentes e de um economia em rápida transformação.

51) D
Os tais vetores que propiciaram uma nova fronteira e o processo de ocupação do espaço brasileiro são as expedições bandeirantes e as trilhas do gado. Ambos foram responsáveis por deslocar para oeste a linha da fronteira do Tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes foram destruindo as comunidades indígenas, formando alguns núcleos de futuras cidades, até a descoberta de minas de ouro, com o objetivo de cumprir o real objetivo da colônia.

52) B
A região apresentada no mapa mostra uma extensa área do território brasileiro onde se verifica a confluência de diversas estradas que trazem dos mais diferentes pontos do Brasil fluxos de migrantes que ali aportam, tentando o acesso a terras da região. Incluem-se também grupos indígenas que, como os demais elementos, entram em conflito com proprietários de terra da região. Geralmente, nesses conflitos, os grupos menos favorecidos levam a pior.

53) E
O fechamento de fábricas no polo industrial de Camaçari é resultado da existência de plantas industriais antigas e obsoletas instaladas na região e a falta de competitividade em razão de fatores como o alto preço das matérias-primas e também de energia. Esta retração na indústria petroquímica tem feito com que, desde o ano 2000, cerca de 15.000 postos de trabalho tenham sido eliminados no setor. Tal situação tem levado as empresas a transferir suas unidades fabris para países como o México, onde o custo da matéria prima principal, o gás natural, é um terço do praticado no Brasil.

54) A
Analisando o gráfico e seus elementos, fica evidente que, com mais de 70% da população sendo atendida na identificação do logradouro, na iluminação, pavimentação, na arborização, nos bueiros e nos depósitos de lixo, a região Sudeste apresenta um nível muito elevado de população convivendo com esgoto a céu aberto. Isso indica a enorme disparidade socioeconômica entre seus habitantes.


55) A 
A alternativa A informa que centenas de escolas em todo o Brasil utilizam a propaganda para divulgar seus resultados.

56) E
O texto 1 relaciona o comportamento rebelde de jovens às determinações biológicas. Já o texto 2 relaciona comportamento dos jovens às condições socioeconômicas em que vivem.

57) C
O texto de Vargas Llosa valoriza as obras literárias por terem uma temporalidade e uma consistência artística capaz de formar caracteres; enquanto a produção cinematográfica promove um impacto imediato, não formativo.

58) D
Comte-Sponville critica a concepção filosófica que defende a existência de Deus sob o argumento de que a natureza sendo um efeito inteligente, deve ter uma causa inteligente. Tal argumento não contempla a existência de disfunções morais do homem, tampouco a existência de desequilíbrios numa natureza supostamente harmoniosa.

59) C
A corrupção é vista no texto como um sistema que pondera custos e benefícios dos comportamentos de indivíduos unidos por relações institucionais. Trata-se da lógica do pragmatismo, no sentido de que ações sociais (na acepção weberiana) são selecionadas objetivando um “lucro em benefício de todos”.

60) B
O autor defende a liberdade de consciência e de expressão e se declara “intransigente no que diz respeito à liberdade de expressão de cada um”. A liberdade de expressão é um princípio que tem sua origem no Iluminismo, momento histórico em que nasceu a sociedade burguesa, especificamente ocidental. Contudo, isso não significa que tal liberdade seja um princípio relativo à classe da burguesia; ao contrário, a defesa a coloca como valor universal. 

Fonte: Objetivo.

Gabarito oficial da Vunesp:

Gabarito da primeira fase da Unesp 2016 (Foto: Reprodução)